Jean-Phileppe Rameau – 1683-1764

Rameau Considerado o mais importante músico francês do século XVIII, teve uma carreira que não se assemelha à de nenhum outro compositor da história da música. A maior parte de suas obras e que o levaram à fama, foi composta entre os 50 anos e os 56 anos de idade. De seu pai, organista de Dijon, Rameau recebeu a primeira e única formação musical. Após ter visitado, brevemente, a Itália (Milão) em 1701, desempenhou as funções de organista da Igreja de Notre-Dame de Avinhão e, em 1702, deslocou-se para Clemont-Ferrand, onde permaneceu como organista da Catedral local compondo, aí, as suas primeiras cantatas de igreja. Em 1705, parte Rameau para Paris, onde, no ano seguinte, 1706, publicou um livro para cravo: “Premier Livre De Pièces De Clavecin”. Em 1709 sucedeu ao pai na Catedral de Notre-Dame de Dijon e em 1713 ocupou um posto de organista em Lyon no Convento dos Dominicanos, regressando, entretanto, ao antigo posto de organista em Clemont-Ferrand em 1715 quando, então, escreveu o famoso Traité de L'Harmonie, que veio a ser publicado em Paris em 1722.
Na França, diferentemente da Itália e da Alemanha, a vida cultural centrava-se na capital. O sucesso só contava se fosse obtido em Paris e Rameau, quando para lá voltou em 1723, percebeu que o único caminho para a fama era a ópera. Suas perspectivas, na época, eram sombrias: Sem dinheiro, sem amigos influentes e com fama de teórico. Já era conhecido, também, como "savant" (sábio, erudito), sendo chamado de filósofo. Sem grandes oportunidades, ele escreveu árias e danças para três ou quatro comédias musicais, peças essas, com diálogos falados que eram apresentadas nos teatros populares de Paris. Publicou algumas cantatas em 1728 e mais três livros de peças para cravo. Contudo, sua fama como professor e organista começou a atrair alunos. Então, em 1731 sua sorte mudou, graças a La Pouplinière, influente mecenas da música na França, que o tomou sob a sua proteção. La Pouplinière procurava músicos desconhecidos, mas, promissores, gostando de promover suas carreiras. Rameau foi, entre 1731 e 1753, organista, maestro e compositor residente, no Château de Poupliniére. Sua função era compor ou preparar peças para os concertos, missas, ballets, peças de teatro, bailes, enfim, todo tipo de ocasiões especiais. Dava lições de cravo a Mme. de La Poupliniére e a esposa de Rameau, cravista exímia, tocava, frequentemente, as composições de Rameau nos concertos de Poupliniére.
Sua fama como compositor de ópera, foi, aos poucos, se concretizando:
– Um projeto de ópera sobre um libreto de Voltaire que não chegou a ser concluído;
– "Hyppolyte et Aricie", sobre um poema de um famoso libretista, abade Simon-Joseph Pellègrin, extraído da “Phèdre” de Racine, que estreou em Paris em 1733 quando Rameau já contava 50 anos de idade;
“Les Indes Galantes” (opera-ballet) que obteve um grande sucesso em 1735;
“Castor et Pollux” (1737) que seria considerada sua obra prima;
“Les Fêtes d'Hébé” (opera-ballet em 1739) ou os “Talentos Líricos”;
“Dardanus” (ópera em 1739).
Um sucesso sem precedentes na vida de Rameau aconteceu em 1745 quando, no casamento do delfim com a infanta Maria Teresa, ele apresentou a comédie-ballet "La Princesse de Navarre", sobre libreto de Voltaire, no Palácio de Versalhes. O rei, maravilhado, recompensou Rameau pagando as despesas da publicação da obra e concedendo uma pensão anual, bem como, o título honorífico de Real Compositor de Música de Câmara.
Seus últimos anos de vida foram gastos escrevendo textos polêmicos e novos ensaios teóricos, tendo publicado em 1752, já então, apoiado pela Academia das Ciências, as suas “Nouvelles Réflexions Sur La Démonstration Du Principe De L’Harmonie”.
Morreu em Paris em 1764.