A Música de Câmara de Brahms
Entre todos os compositores, Brahms é considerado um verdadeiro gigante, não só no domínio da sinfonia, mas também, no da música de câmara. E significativa é, não só o volume de sua produção que ao todo perfaz vinte e quatro obras, como a qualidade desta produção.
A primeira obra de câmara que Brahms publicou foi um trio com piano, Op.8, publicado em 1854 e que voltou a re-editar, inteiramente reformulado, em 1891.
Seguem-se dois Sextetos de Cordas:
O Op. 18 escrito em 1862 e o Op. 36 escrito em 1867 que tem um contraste interessante entre si: Enquanto o sexteto Op.18 é uma obra bastante vigorosa, combinando um humor e equilíbrio clássico, o Op. 36 é de um clima mais sereno, com sonoridades espaçadas e transparentes.
Dos seus quartetos com piano, o Op. 25, em Sol menor, e o Op. 26, em Lá maior, datam do final da década de 1850. Já o terceiro quarteto com piano, Op. 60 em Dó menor, tomou a forma final em 1874, sendo uma composição trágica, onde se pode encontrar a concentração de material musical característica das últimas obras de Brahms.
O grande Quinteto com Piano em Fá menor, Op. 34 seria o clímax da primeira maturidade de Brahms. Originalmente, escrito em 1862 como um quinteto de cordas com dois violoncellos, foi, mais tarde, arranjado para dois pianos e, finalmente, conjugando as sonoridades das cordas e do pianoforte, na versão final em 1864.
O Trio Op. 40 para Piano, Violino e Waldhorn (trompa natural, sem válvulas) foi composto em 1865 e encerra aquilo a que podemos chamar, por analogia com Beethoven, a segunda fase de Brahms.
Após uma pausa de quase oito anos, vêm os dois Quartetos de Cordas Op. 51 e, depois, em 1876 (ano da 1ª Sinfonia) o Quarteto de Cordas Op. 67.
Entre suas últimas obras destacam-se:
– Trio com Piano, Op. 87, em Dó maior escrito em 1882;
– Trio com Piano, Op. 101, em Dó menor escrito em 1886;
– Quinteto de Cordas em Sol maior, Op. 111, escrito em 1890;
– Quinteto para Clarinete em Si menor Op. 115 escrito em 1891.
Uma categoria à parte na música de câmara de Brahms é constituída pelas sonatas para um único instrumento, podendo-se destacar:
– Sonata para Violino em Sol maior Op.78, escrita em 1878;
– Sonata para Violino em Lá maior Op.100, escrita em 1886;
– Sonata para Violino em Ré menor Op.108, escrita em 1887;
– Duas sonatas para Clarinete, Op.120, em Fá menor e Mi maior respectivamente.
Brahms demonstrou, através de sua música, mais do que qualquer outro compositor oitocentista, que a flor do romantismo estava profundamente enraizada na tradição clássica.