Instrumentos da Renascença

Uma importante característica desta época é a construção de instrumentos por famílias. Como a música instrumental do Renascimento se compunha de obras polifônicas derivadas de modelos vocais, quase toda espécie de instrumentos se construía em três, quatro ou mais tamanhos, que correspondiam, em princípio, aos distintos registros da voz humana: soprano, contralto, tenor e baixo.
FAMÍLIA DAS FLAUTAS:
A flauta doce ou flauta vertical (França – flûte à bec; Alemanha – Blockflote; Itália – flauto doce) é o mais importante tipo de instrumento de sopro simples com embocadura tipo silbato e um dos que menos transformações sofreu no decorrer dos séculos. No século XVI existia uma família completa de flautas doces, desde a soprano até o baixo, que exerceu um importante papel na música do alto Renascimento. Existiram, pelo menos, oito tamanhos.
As flautas doces renascentistas têm uma forma menos cônica que os instrumentos barrocos, com uma sonoridade particularmente cheia num registro grave. Sua extensão não ultrapassa uma oitava e uma sexta.
A flauta transversa (Inglaterra – transverse flute; França – flûte traversière; Alemanha – Querflote; Itália – flauto traverso) foi considerada durante o Renascimento e no período Barroco um instrumento militar (pífano), associado particularmente com a Alemanha, daí seu nome de flauta aleman com que era geralmente conhecida. Tinha três tamanhos: soprano, alto-tenor e baixo.
INSTRUMENTOS DE PALHETA DUPLA:
Os instrumentos europeus de palheta dupla considerados como antecessor da família do oboé, são conhecidos como Pífaro na Itália; Alemanha – Pommer, Bomhart, Pumhart, exceto o membro mais agudo da família chamado Schalmel.
Outros numerosos tipos de instrumentos existiram com nomes como, Sordunen (Itália – Sordoni), Bassanelli, Dulcian e Fagott, todos eles antecessores direto do fagote moderno.  Um dos instrumentos mais estranhos desta família é o rackett (ranckett), constituído por um curto e largo cilindro sólido de madeira perfurado ao longo por nove canais cilíndricos, conectados de maneira tal que formam um tubo contínuo.
INSTRUMENTOS DE PALHETA DUPLA FECHADA:
Nestes instrumentos a palheta esta coberta por uma cápsula de madeira com um orifício em sua extremidade por onde o executante sopra. Sua construção é semelhante ao tubo melódico da gaita. Dentro deste tipo de instrumentos se encontram os denominados Cornamuse, Schryari, Kortholt (em alemão, madeira curta, aludindo à sua forma relativamente curta feita de um bloco de madeira sólido, com duas perfurações, uma descendente e outra ascendente semelhante a um U) e Cromorno (Alemanha – Krummhorn) trompa curva.
INSTRUMENTOS DE BOCAL:
Outro instrumento que pouca transformação sofreu no decorrer do tempo foi o trombone, antigamente chamado de "sacabuche" (Inglaterra – Sackbut; Alemanha – Posaune). Os trombones de vara do Renascimento são, basicamente, semelhantes aos modernos, mas, de tubos mais estreitos. O instrumento que combina melhor com os trombones é o Cornetto (Inglaterra – Cornett; Alemanha – Zinck) e não a "trombeta" similar ao clarim que, por carecer de chaves ou pistons, estava relegada a música de caráter militar. Curiosamente, o cornetto combina características da família dos metais e das madeiras. Tem bocal semelhante ao trompete moderno, mas o instrumento é feito de madeira com orifícios, à maneira de uma flauta doce. O cornetto era construído de duas formas principais: Reto (Itália– cornetto diritto) e curvo. O curvo era mais popular, possuindo uma cobertura de couro. Uma variante maior do cornetto curvo era chamado em italiano de cornone ou cornetto torto. O cornetto muto, era uma variante do cornetto reto.
FAMÍLIA DE VIOLINOS:
Viole de Braccio - o menor era conhecido como Pochette ou Violino de Bolso, com três cordas no lugar das quatro normais.
FAMÍLIA DAS VIOLAS DA GAMBA:
A família das violas da gamba difere da família dos violinos. São tocadas apoiando o instrumento entre as pernas e não, sobre os ombros como o violino. O número normal de cordas são seis em lugar de quatro e trastes como no violão feitos com tiras de tripa. Tem no lugar dos orifícios em forma de “F” um “C” e o cavalete é menos curvo facilitando a execução de acordes.
INSTRUMENTOS DE CORDAS DEDILHADAS:
Entre estes, se encontra o Alaúde com seu dorso em forma de pêra, com o braço do instrumento contendo sete ou mais trastes e suas cravelhas formando um ângulo bem pronunciado. Os instrumentos do século XVI tinham normalmente 11 cordas. Durante o século XVII a crescente demanda por instrumentos mais graves levou à construção de arquialaúdes – alaúdes com duplas cravelhas que continha as cordas graves. Havia o arquialaúde "curto" chamado de Tiorba e o "largo" chamado de Chitarrone.
Havia outros instrumentos, da família das guitarras, com o tampo de fundo plano, tais como a "quinterna" (ou guitterne ) a cítola (cittern), a mandora ou pandora (semelhante a bandurria espanhola), o orpheoreon e o penocon.
Além das citadas famílias, havia também a harpa, diversos instrumentos de teclado tais como o clavicórdio, a espineta, o virginal, o clavicimbalum (cravo), o órgão, e uma grande variedade de instrumentos de percussão.