Carl Orff
Compositor Maestro e Professor, Carl Orff nasceu em Munique em 10 de julho de 1895, vindo a falecer em 29 de março de 1982.
Sua maior contribuição se situa na área da pedagogia musical. Schulwerk (obra didática, 1930-1935, revista em 1950-1954), que integrava o pensamento musical elementar e a improvisação espontânea, teve repercussão internacional na educação musical precoce. Para pôr em prática suas idéias, Orff desenvolveu (em conjunto com Karl Maendler) o Instrumentário de Orff, constituído por instrumentos de percussão de todos os tipos. Em 1924, foi um dos fundadores de uma escola em Munique dedicada à ginástica rítmica e à dança (Escola Günther), uma vez que, para seu trabalho pedagógico, a unidade da música, do movimento e da linguagem era de importância fundamental. Em 1990, foi inaugurado em sua cidade natal o Instituto Estatal Orff de Investigação e Documentação.
Sua obra mais conhecida é a Cantata Carmina Burana. Suas demais obras são muito raramente interpretadas. Entre elas, devem-se mencionar: as óperas A Lua (1939) e Sonho de uma Noite de Verão (1952, revista em 1964); as composições para a Páscoa e o Natal (1956 e 1960), de cujos textos também é autor; ou as cantatas. Carmina Burana ( do latim carmen,ìnis 'canto, cantiga; e bura(m), em latim vulgar 'pano grosseiro de lã', geralmente escura; por metonímia, designa o hábito de frade ou freira feito com esse tecido) são textos poéticos contidos em um importante manuscrito do século XIII, o Codex Latinus Monacensis, encontrados no convento de Benediktbeuern - a antiga Bura Sancti Benedicti, fundada por volta de 740 por São Bonifácio, nas proximidades de Bad Tölz, na Alta Baviera. O códex compreende 315 composições poéticas, em 112 folhas de pergaminho, decoradas com miniaturas. Atualmente o manuscrito encontra-se na Biblioteca Nacional de Munique.
O códice encontrado em Benediktbeuern continha poemas dos monges e eruditos errantes — os goliardos —, quase todos escritos em latim medieval, exceto 47 versos, escritos em médio-alto alemão vernacular e vestígios de frâncico. Um estudioso de dialetos, Johann Andreas Schmeller, publicou a coleção em 1847, dando-lhe o título de “Carmina Burana”, que, em latim, significa “Canções de Benediktbeuern”.
Carl Orff encontrou esses poemas antigos na Primavera de 1934, musicou alguns dos Carmina Burana, compondo uma cantata homônima. Com o subtítulo "Cantiones profanae cantoribus et choris cantandae", a obra, por suas características, pode ser definida também como uma "cantata cênica". Estreou em junho de 1937, em Frankfurt. A obra é a primeira peça de uma trilogia intitulada Trionfi-Trittico Teatrale, que incluiria Catulli Carmina (1943) e Trionfi dell'Afrodite (1952), uma obra que revelou o significado do todo: só o Desejo e o Amor podem capacitar o Homem a viver, lutar e crer.
Para Orff, a poesia goliarda era “a celebração do triunfo do espírito humano pelo equilíbrio holístico e sexual”.
Orff optou por compor uma música inteiramente nova, embora no manuscrito original existissem alguns traços musicais para alguns trechos. Requer três solistas (um soprano, um tenor e um barítono), dois coros, pantomimos, bailarinos e uma grande orquestra (Orff compôs também uma segunda versão, na qual a orquestra é substituída por dois pianos e percussão).
A obra é estruturada em prólogo e duas partes. No prólogo há uma invocação à deusa Fortuna na qual desfilam vários personagens emblemáticos dos vários destinos individuais. Na primeira parte se celebra o encontro do Homem com a Natureza, particularmente o despertar da primavera - "Veris laeta facies" ou a alegria da primavera. Na segunda, "In taberna", preponderam os cantos goliardescos que celebram as maravilhas do vinho e do amor(“Amor volat undique”), culminando com o coro de glorificação da bela jovem ("Ave, formosissima"). No final, repete-se o coro de invocação à Fortuna ("O Fortuna, velut luna”).
Carmina Burana - Assista aqui!
(Referências :Wikipedia e outros)