Robert Schumann - Sinfonias

Original caption: Robert Schumann (1810-1856). ca. 1800sApesar de Schumann ser sempre lembrado como músico, ele era também escritor, tendo recebido uma sólida formação nas letras durante sua passagem pelo liceu de Zwickau na Saxônia. Foi um homem das artes, primando por uma produção artística inovadora e de qualidade. Separar música de literatura na vida e na obra de Schumann é impossível, pois, em nenhum outro compositor do Romantismo alemão, música e literatura se entrelaçam num emaranhado indissolúvel. Do ponto de vista composicional sempre defendeu a atitude da busca de inovações em relação a elementos formais e harmônicos.
A partir do início da década de 1830, Robert Schumann começa a se dedicar intensamente à música e ao seu trabalho como crítico musical. Como compositor, dedicou a maior parte de suas obras ao piano e estas peças foram as que garantiram sua imortalidade.
Suas Sinfonias Nº 1 e Nº 2 foram as primeiras a serem publicadas tendo sido compostas em 1841.
Sinfonia Nº 1 em Si bemol maior, Opus 38, "Primavera” cujo início foi inspirado num poema de Adolf Böttger evocando o despertar da primavera. O segundo movimento, larghetto, evoca um Schumann compositor de canções; uma melodia é ouvida, primeiro, nos violinos, e na sequência, nos violoncelos e nas trompas. Ao final, os trombones anunciam o tema do próximo movimento, o Scherzo que é molto vivace em ritmo robusto e tonalidade menor, alternando com dois trios, um com caráter de marcha, o outro com caráter de dança. Por fim, o allegro animato e grazioso que se baseia num tema principal ligeiro, tocado em staccato pelos violinos e num segundo tema, extraído das Kreisleriana para piano solo de Schumann, que é tocado por oboés e fagotes. O final do desenvolvimento traz, de forma sugestiva, uma chamada de trompas, e uma cadência para flauta solo.
Sinfonia Nº 2 em Dó maior, Opus 61. (1845-1846)- sua estreia ocorreu em Leipzig em 5 de novembro de 1846 pela Orquestra de Gewandhaus sob a regência de Félix Mendelssohn, incansável promotor da música de Schumann, é a mais clássica de todas e possui quatro movimentos:
1 – Sostenuto assai – Allegro ma non troppo
2 – Scherzo: Allegro vivace
3 – Adagio espressivo
4 – Allegro molto vivace
Sinfonia Nº 3 em Mi bemol maior, Opus 97, "Rhenish" (1850) conhecida como a Sinfonia do Reno, é vagamente programática, e contém alguns temas vigorosos e bem característicos do compositor.
1 – Lebhaft
2 – Scherzo: Sehr mäßig (in C major)
3 – Nicht schnell (in A-flat major)
4 – Feierlich (in E-flat minor)
5 – Lebhaft
Sinfonia Nº 4 em Ré menor, Opus 120. (1841, revista em 1851) embora seja a segunda na ordem de composição, veio ser a quarta na ordem de publicação, dez anos mais tarde, após um trabalho de revisão, e foi este número com que foi classificada.
- Ziemlich Langsam, lebhaft (muito lento, vivo) [Attacca]
- Romanze: Ziemlich langsam (muito lento) [Attacca]
- Scherzo: Lebhaft (vivo) [Attacca]
- Lebhaft (vivo)
Schumann deu ordens expressas para os cinco movimentos serem executados sem interrupções, interligados. (no ano seguinte, Mendelssohn escreveria sua Sinfonia Escocesa, também com os movimentos interligados). Os temas circulam pela obra livremente. O próprio Schumann, aliás, intitulou-a alternadamente de “Sinfonia” ou “Fantasia” com o subtítulo Fantasia Sinfônica para Grande Orquestra.
Esta Sinfonia é também mais uma declaração de amor para Clara.