As Sinfonias de Mendelssohn

Compositor, pianista e maestro alemão do início do período romântico. Mendelssohn nasceu em Hamburgo em 1809 e veio a falecer em 1847 aos 38 anos na cidade de Leipzig. Começou a compor aos nove anos de idade e cresceu num ambiente de intensa efervescência intelectual. Com ele entramos no domínio das "paisagens" românticas. Suas mais importantes sinfonias têm subtítulos geográficos, como a Sinfonia Nº 4 em lá maior - a "Italiana" escrita em 1833 e a Sinfonia Nº 3 em lá menor, Op. 56 - a "Escocesa" escrita em 1842 como um dueto para piano e publicada em 1843, já, como partitura completa para orquestra. Nestas sinfonias, Mendelssohn registra algumas impressões, tipicamente, alemães, do Sul e do Norte, embora, não empregue nenhuma melodia tradicional escocesa. Suas outras sinfonias são: Sinfonia nº 1 em dó menor Op. 11 (1824) composta quando tinha 15 anos, e que mostra a influência de Bach, Beethoven e Mozart; Sinfonia n.º 5 em ré maior/ré menor, Op. 107 (conhecida como "A Sinfonia da Reforma") em comemoração aos 300 anos de aniversário da Reforma Protestante (escrita em 1830); Sinfonia n.º 2 em si bemol maior Op. 52 ("Lobgesang" - sinfonia cantata para solista, coro e orquestra para celebração dos 400 anos da invenção da imprensa e escrita em 1840) e mais 12 Sinfonias para cordas escritas entre 1821 e 1823.

Este gênio particular de Mendelssohn para as paisagens musicais é também especialmente evidente nas aberturas "As Hébridas" (ou "A Gruta de Fingal" escrita em 1832) e "Meeresstille und gluckliche Fahrt" ("Mar calmo e viagem tranquila" escrita entre 1828-1832), enquanto "Die schone Melusine" ("A Bela Melusina" de 1833) é uma ilustração musical de um conto de fadas, segundo uma peça teatral de Grillparzer. Quanto à música de cena, a abertura que Mendelssohn escreveu para o "Ruy Blas", de Vitor Hugo (1839) só é ultrapassada pela sua abertura do "Sonho de Uma Noite de Verão" que ele escreveu aos 16 anos de idade e foi uma obra que veio a servir de modelo a todas as aberturas de concerto da época. Dezessete anos mais tarde, Mendelssohn compôs mais música de cena para uma série de representações desta peça de Shakespeare.