As Sinfonias de Schubert
Na história da música sinfônica do século XIX, podemos observar a evolução dos compositores para duas direções, tendo, ambas, um único ponto de partida: Beethoven. Uma dessas direções teria origem na 4ª, 7ª, e 8ª sinfonias e apontam para a música "absoluta", ou seja, nas formas reconhecidas do período clássico; a outra teria origem na 5ª, 6ª, e 9ª sinfonias e caminha para a música programática de concerto, mas, em formas menos convencionais. Em ambas, as tendências e os aspectos comuns são a intensidade de expressão musical e também os progressos no domínio da harmonia e cor tonal.
As mais importantes sinfonias de Schubert, como a Inacabada em Si menor de 1822 e a grande sinfonia em Dó maior de 1828, ilustram bem a originalidade harmônica característica de seu estilo. A Inacabadapode ser considerada como a primeira sinfonia, verdadeiramente, romântica. Na sinfonia em Dó maior Schubert desenvolveu seu material ao máximo, e ela ilustra também a forma como Schubert trata a "cor" orquestral.
Além destas duas sinfonias, Schubert escreveu também mais seis outras sinfonias e até um esboço completo para mais uma. Como na sua música de câmara, as principais influências foram as sinfonias de Haydn, Mozart, Cherubini e, também, as da primeira fase de Beethoven. Podemos detectar também outra influência, a de Rossini já que algumas sinfonias e aberturas orquestrais de concerto como a D 556 e D 590 foram escritas em 1817 no "estilo italiano".
Todas as sinfonias de Schubert têm uma forma clássica regular e nem mesmo a Nº 4 em Dó menor, a "Trágica", pode ser considerada como programática. Enfim, são obras, exclusivamente, românticas em virtude do lirismo, harmonia e colorido da música.