Viola da Gamba

Enquanto na Itália, por volta do fim do século XVI, começava a ascensão do violino, na Inglaterra, a família das Gambas encontrava sua verdadeira pátria.
Ambas as famílias, do violino e das gambas, surgiram na mesma época, no século XV. No entanto, a família dos instrumentos de arco que dominava a vida musical européia nos séculos XV era a das violas que se distingue dos violinos, principalmente, pelo número de cordas, seis e não quatro, pela presença de trastes como no Alaúde e pela colocação do instrumento que é entre os joelhos, daí o nome “viola da gamba”. Contrariamente a uma idéia, comumente difundida, as duas famílias não têm nenhuma relação entre si: A Viola da Gamba não é ancestral do Violino. Elas apareceram quase que simultaneamente, porém, em diferentes regiões da Europa.
Como é comum em todos os instrumentos da Renascença, a viola da gamba existe em diversos tamanhos, dependendo do timbre de voz humana que ela representa. Assim temos:
DESSUS DE VIOLA – soprano (afinação: ré, lá, mi, dó, sol, ré)
VIOLA DA GAMBA ALTO - (raramente utilizada, dó, sol, si bemol, fá, dó)
VIOLA DA GAMBA TENOR - (sol, ré, lá, fá, dó, sol)
BAIXO DE VIOLA - (ré, lá, mi, dó, sol, ré)
GRANDE BAIXO DE VIOLA - (sol, ré, lá, fá, dó, sol)
CONTRA-BAIXO DE VIOLA - (ré, lá, mi, dó, sol, ré)
Além desta série, uma pequena viola, o menor instrumento da família das violas da gamba (menor que o violino, e mais aguda que este) foi adicionada na França no século XVIII, a PAR-DESSUS DE VIOLA (sopranino) afinada uma oitava superior à afinação da gamba tenor e, às vezes, com apenas cinco cordas: sol, ré, lá, dó, sol.
O barítono também pode ser considerado como uma espécie de viola. É conhecida como Viola Bastarda.
A esse conjunto de gambas dava- se o nome de Chest of Viols. Os ingleses usavam as gambas como instrumentos solistas e, para este fim, acabaram construindo um instrumento um pouco menor que a gamba baixo em ré que chamaram de Division-Viol. Outra gamba, menor ainda, foi denominada de Lyra Viol e era afinada de acordo com a obra a ser executada.
Mas, foi na França que as qualidades solísticas da gamba acabaram sendo exploradas ao máximo. A gamba francesa, já no final do século XVII, foi enriquecida com uma corda grave afinada em lá. Essa era a música na corte de Luis XIV. A gamba chegou, nesta época, ao cume de suas possibilidades solísticas e técnicas e, também, ao cume de sua posição social. Anteriormente, na época de Luis XIII, era o alaúde o instrumento em moda.
Já em outros países, a gamba nunca desempenhou o mesmo papel que na Inglaterra ou na França. Na Itália ela já começara a sair de moda desde o século XVII e como a tendência por uma música com sonoridade mais forte era exigido pelos compositores, as violas soprano e tenor foram dando espaço para o violino.
Apesar da concorrência do violino e sua família, que fez a sobrevivência das gambas ser, seriamente, ameaçada, as violas sobreviveram até o tempo de J.S.Bach, como o baixo de viola e foram sendo usadas, até mesmo, como solista depois de 1750.
Violas e violinos viveram em harmonia por cerca de 250 anos. A viola da gamba desapareceu, gradualmente, ao longo do século XVIII, enquanto o violino se tornou o representante mais prestigioso do patrimônio musical do Ocidente, sendo este, o som característico da orquestra sinfônica moderna.
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