Século XIX- O piano de Franz Schubert

schubertSchubert não escreveu concertos para piano. Mas, além de inúmeras marchas, valsas e outras danças, Schubert escreveu catorze peças para piano a que seus editores deram o nome de "impromptu" ou "momento musical". De todas suas grandes obras, destaco aqui, suas onze sonatas completas e uma fantasia em Fá menor (1822) sobre um tema adaptado da canção "Wenderer". São, também, importantes os seus muitos duetos, como o "Grand Duo (D 812)", "Fantasia em Fá Menor (D 940)" e o "Rondó em Lá Maior (D 951)". Os seis "moments musicaux" (D 789) e os oito "impromptu" (D 899, 935) na música para piano, ocupam um lugar análogo ao que seus Lieder têm no repertório vocal. A "Wanderer Fantasia" (D 760) é, pode-se dizer, a única composição de Schubert para piano que exige do executante dificuldades técnicas consideráveis. Em quatro andamentos como uma sonata, os andamentos são ligados entre si e tudo se centra no adágio, com variações, cujo tema aparece sob várias formas nos outros três andamentos da obra.
Nas suas sonatas, Schubert parece ter sofrido uma maior influência de Haydn e Mozart do que de Beethoven. A "forma sonata" não se afasta dos modelos clássicos, mas nota-se um clima mais lírico do que dramático, como nas sonatas em Si maior, Op. 147 (D 575) e na sonata em Lá maior, Opus 120 (D 664). Já as três sonatas de 1825-1826, em Lá menor Opus 42 D 845, a Ré maior Opus 53 D 850 e a em Sol maior Opus 78 D 894 são as de maiores proporções do que as anteriores, mas não tão diferentes no caráter.
Suas três últimas sonatas para piano, escritas em 1828, provavelmente Schubert teve em mente a música de Beethoven como na sonata em Dó menor D 958 e a sonata em Si bemol D 960, esta, sem dúvida alguma, a sua maior obra para piano.