Wolfgang Amadeus Mozart

mozartMozart nasceu em Salzburg, cidade que fazia parte do território da Baviera ( hoje fica na Áustria) em 27 de janeiro de 1756 e morreu em Viena em 05 de dezembro de 1791. Salzburg era sede do arcebispado, uma das numerosas unidades políticas independentes do Império Germânico. O pai de Mozart, Leopold, foi membro da capela do arcebispo e depois segundo mestre de capela, compositor de talento e autor de um tratado sobre a arte de tocar violino.
Em 1762, aos 12 anos, Mozart já era um virtuoso do teclado, organista e violinista. Suas exibições públicas incluíam não só execuções de peças estudadas, como também leitura de concertos à primeira vista e improvisação de variações, fugas e fantasias. Seus primeiros minuetos foram escritos aos seis anos de idade e a primeira sinfonia pouco antes dos nove, sua primeira oratória aos onze anos e sua primeira ópera aos doze. Mais de 600 composições foram inventariadas e numeradas num catálogo temático compilado em 1862 por L. von Köchel. A numeração Köchel, ou “K” é utilizada para identificar as composições de Mozart.
As viagens de infância de Mozart foram ricas em experiências musicais. Durante um período de estada em Paris, ele interessou-se pela música de Johann Schobert, tendo, então, feito um arranjo de um andamento da sonata de Schobert, Opus 17, nº 2, integrando-o no seu concerto para piano (K. 39). Em Londres, ele conhece, pessoalmente, Johan Christian Bach, e em 1772, Mozart escreveu arranjos de três sonatas de Bach - os concertos para piano K. 107, 1-3.
Uma visita a Viena em 1768, então com 12 anos, o levou a compor, entre outras peças, uma ópera bufa em italiano, “La Finta Semplice” (A Falsa Simplória) que só veio a estrear no ano seguinte em Salzburg, e um “singspiel” – opereta alemã “Bastien und Bastienne” (adaptada de Favart). Os anos seguintes de 1770 a 1773 foram preenchidos com viagens pela Itália, sendo que os principais acontecimentos deste período foram as estréias de duas óperas em Milão: “Mitridate” (1770) e “Ascanio in Alba” (1772). Permaneceu, uma temporada, em Bolonha para estudo de contraponto com o padre Martini. Seus primeiros quartetos de cordas são também dessa época na Itália.
No verão de 1773, numa estada em Viena, Mozart reata contato com a música de Haydn, tornando-se um fator cada vez mais importante nas obras de Mozart que, entre 1773 e 1774, compôs suas primeiras obras-primas no gênero, entre elas a sinfonia em sol menor K. 183.
Entre 1774 e 1781, Mozart viveu a maior parte do tempo em Salzburg. Numa tentativa de melhorar sua situação profissional, partiu em 1777 para uma nova viagem passando por Munique, Mannheim e París. Todas suas esperanças foram frustradas e no início de 1779 volta a Salzburg. Seu progresso como compositor, não obstante, eram constantes. Suas obras mais importantes, desse período, foram as “Sonatas para piano” K. 279 - 284 (Salzburg e Munique, 1774 -1775); K. 309 e 311 (Mannheim, 1777-1778); K. 310 e 330 - 333 (Paris, 1778) e várias séries de variações para piano, incluindo as variações sobre a ária francesa "Ah, vous dirais-je maman" (K. 265 - Paris, 1778). As sonatas de Paris são as mais conhecidas de Mozart no gênero: a trágica em Lá menor (K. 310); a em Dó maior (K. 330) em contra partida; a em Lá maior (K. 331); a em Fá maior (K. 332) e a em Si bemol maior (K. 333).
As primeiras sonatas que Mozart escreveu para piano e violino seguiam, ainda, a tradição do século XVIII, simples peça para piano com acompanhamento facultativo do violino. As sonatas em que os dois instrumentos são tratados em pé de igualdade, foram escritas em Mannheim e Paris entre 1777 e 1778. São as “Sonatas” K. 296 e K. 301- 306 merecendo destaque a “Sonata em Mi menor” K. 308 e a “Sonata em Ré maior” K. 306.
As “serenatas” datam na sua maioria da década de 1770 e início da década de 1780, que Mozart escreveu para festas ao ar livre, casamentos, aniversários ou concertos caseiros a que, geralmente, dava o nome de “serenata” ou “divertimento”. Algumas são peças de câmara para cordas com dois ou mais instrumentos de sopro suplementares; outras, escritas para seis ou oito instrumentos de sopro, destinavam-se às execuções ao ar livre; outras se aproximam do estilo de sinfonia ou de concerto. Alguns exemplos são o “Divertimento em Fá” K. 247 para cordas e duas trompas composto em Salzburg (1776), os “Divertimentos em Si” K. 287 e Ré K. 334, e o “Septeto em Ré” K. 251. As peças para instrumentos de sopro são ilustradas pelos breves divertimentos de Salzburg (ex: K. 252) e por três serenatas mais longas escritas em Munique e Viena entre 1781 e 1782: “Serenata” K. 361, “Serenata” K. 375 e a “Serenata em Dó menor” K. 388. A mais conhecida das serenatas de Mozart é “Eine Kleine Nachtmusik” (K. 525). A “Serenata Haffner” (1782) é um exemplo do estilo concertístico / sinfônico.

Entre as composições de sua segunda fase, destacam-se:
“Concertos para Violino” em Sol maior K. 216 – em Ré maior K. 218 – em Lá maior K. 219, todos eles escritos em 1775;
“Concerto para Piano” K. 271 escrito em 1777;
“Sinfonia Concertante” K. 364 para violino e viola solistas com orquestra.
Os concertos para violino são os únicos neste gênero e o concerto para piano K. 271 é o primeiro de uma longa série que atinge um ponto mais alto nos concertos do período de Viena.
Era natural que Mozart escrevesse música sacra desde criança, dado ao cargo que o seu pai ocupava na capela do arcebispo em Salzburg. Destacam-se nesse estilo:
“Missa em Dó menor” K. 427 (em 1782);
“Missa da Coroação” K. 317, (Salzburg em 1779) e o “Ave Verum” – moteto K. 618 (em 1791);
“Regina Coeli”;
“Vesperea Solennes de Confessore” K. 339.
Mozart decidiu deixar o serviço no palácio do arcebispo de Salzburg e sua última composição antes de partir para Viena foi a ópera “Idomeneo, Rè de Creta”, que estreou em Munique em 1781. Instalou-se em Viena nesse mesmo 1781, onde foram bastante prósperos os seus primeiros anos. Em 1782 seu “Singspiel Die Entführung aus dem Serail” (O Rapto do Serralho) foi levado à cena inúmeras vezes. Mozart tinha todos os alunos que se dispusesse a aceitar. Era o ídolo do público vienense quer como pianista, quer como compositor. Mas, aos poucos, seu público o abandona, seus alunos desaparecem, as encomendas tornam-se escassas, as despesas aumentam, a saúde declinou, e pior ainda, não conseguiu obter um posto permanente com rendimento fixo, apenas, um cargo honorário de compositor de música da câmara do imperador, para o qual foi nomeado em 1787.
Na grande maioria, as obras que o imortalizaram foram escritas durante seus dez últimos anos de vida em Viena:
“Fuga em Dó menor” para dois pianos K. 426;
“Sonata para Piano” K. 576;
“A Flauta Mágica”;
“Réquiem”.
Mozart conheceu “A Arte da Fuga”, “O Cravo bem Temperado”, as “Trio Sonatas” e outras obras de Bach. A influência de Bach foi tão profunda, que o motivou a escrever arranjos de várias das fugas desse compositor.
Entre as composições para piano solista, no período de Viena, além de seus famosos concertos para este instrumento, destaca-se a “Fantasia e Sonata” em Dó menor K. 475 e 457.
Outras obras para teclado deste período são:
“Sonata em Ré maior” para dois pianos K. 448 (1781);
“Sonatas a Quatro Mãos”;
“Sonata em Fá maior” K. 497 (1786).
No campo de música de câmara, para vários tipos de conjuntos, há um número impressionante de obras podendo-se destacar:
“Sonata para Violino” em Lá maior K. 526;
“Trios com Piano” em Si maior K. 502 e Mi maior K. 542;
“Quartetos com Piano” em Sol menor K. 478 e em Mi maior K. 493;
“Trio de Cordas” K. 563;
“Quinteto com Clarinete” K. 581.
São, também, desse período os seis "Quartetos Haydn" K. 387, 421, 428, 458, 464 e 465.
Após "Idomeneo, Rè di Creta", Mozart não escreveu mais nenhuma "ópera séria", com exceção de "La Clemenza de Tito" (A Clemência de Tito), ópera encomendada para a coroação de Leopoldo II como rei da Boêmia em 1791. Suas principais obras dramáticas do período de Viena foram:
“Singspiel Die Entführung aus dem Serail” (O Rapto do Serralho -1782);
“La Nozze di Figaro” (As Bodas de Fígaro - 1786), “Don Giovanni” (Praga -1787) e “Cosi fan tutte” (Assim Fazem Todas - 1790), óperas italianas.
“Die Zauberflöte” (A Flauta Mágica - 1791), ópera alemã.
O “Réquiem” foi sua última obra e que, pelo fato de sua morte, ficou inacabada.