Johann Sebastian Bach – parte 1
Johann Sebastian pertencia à grande família dos Bach, oriundos da Turíngia no Centro-Norte da Alemanha, família esta que, ao longo de seis gerações desde a década de 1560 até ao século XIX, produziu um número excepcional de músicos e compositores. Suas primeiras lições de música as recebeu de seu pai, músico da cidade de Eisenach e, depois da morte deste em 1695, de seu irmão mais velho Johann Cristoph, organista e discípulo de Pachelbel.
J. S. Bach estudou a música de muitos compositores de sua época e, com o hábito que conservou durante toda sua vida de copiar ou escrever arranjos das suas partituras, se familiarizou com o estilo dos principais compositores da França, Alemanha, Áustria e Itália.
De acordo com a natureza dos cargos ocupados, a sua produção musical pode ser dividida, no sentido de catalogação, em três períodos:
a) Período de Arnstadt, Muhlhausen e Weimar - caracterizou-se por composição de obras para órgão.
b) Período de Cöthen – caracterizou-se, principalmente, pela criação de obras instrumentais laicas ou didáticas, tanto para instrumentos solistas como para conjuntos.
c) Período de Leipzig – foi o da produção das grandes obras religiosas, as Cantatas, os Oratórios, as Paixões e as Missas e das suas mais importantes obras para órgão e outros instrumentos de teclado.
Com exceção da ópera, Bach escreveu em todas as formas e estilos de música de sua época.
Obras para Órgão – Bach recebeu formação de violinista e organista, mas, foi a música de órgão que primeiro despertou as atenções enquanto compositor.
Prelúdios e Fugas – composições de admirável estrutura musical e ciência contrapontística.
Trio Sonatas – São seis Trio Sonatas (BWV 525-530) que Bach teria escrito para seu filho mais velho, Wilhelm Friedemann, em Leipzig, revelando o modo como ele adaptou a trio sonata italiana para conjunto, numa peça para solista.
Prelúdios Corais – Nas suas 170 versões de corais que escreveu para órgão estão representados todos os tipos de corais conhecidos no período barroco. Breves prelúdios corais integram a coletânea Orgelbuchlein (Pequeno Livro de Órgão) no qual são ensinadas, ao organista, todas as formas de desenvolvimento coral e aperfeiçoamento da técnica de pedal, já que nestes corais a pedaleira é essencial e não facultativa. Durante o período em Leipzig, Bach compilou três coletâneas de corais para órgão. Os seis corais Schubler são transcrições de andamentos de cantatas. Os dezoitos corais (BWV 645-668) incluem as mais variadas formas de corais para órgão: Variações, fugas, fantasias, trios e prelúdios corais.
Música para Cravo e Clavicórdio – Tal como a música para órgão, inclui obras-primas de todos os gêneros populares do seu tempo: prelúdios, fantasias e tocatas, fugas, suítes de danças e variações.
Tocatas – Dentre as mais notáveis, estão as Tocatas em Fá # menor e a em Dó menor de 1717, (BWV 910-911) e a Fantasia e Fuga cromática em Ré menor (BWV 903) é a maior obra deste gênero em contrapartida à Fantasia e Fuga em Sol menor para órgão.
O Cravo Bem Temperado – Famosa série de 48 (quarenta e oito) prelúdios e fugas em todos os tons maiores e menores divididos em 2 (dois) livros, sendo o primeiro datado de 1722 e o segundo de 1744. Cada livro com vinte e quatro peças, todas internamente subdivididas em duas partes – Prelúdio e Fuga –, oferece ao tecladista não só amplas possibilidades de aprimoramento e domínio técnicos como, também, intimidade com as 24 (vinte e quatro) tonalidades do sistema tonal, já que dedica cada peça a uma das tonalidades. O primeiro conjunto de Prelúdio e Fuga é em Dó maior, o segundo em Dó menor, o terceiro em Dó sustenido maior, o quarto em Dó sustenido menor e assim por diante. O padrão cromático ascendente continua até que todas as tonalidades tenham sido apresentadas, finalizando com a fuga em Si menor.
Suítes para Cravo ou Clavicórdio – Existem três séries de seis suítes cada uma:
a) As suítes francesas;
b) As suítes inglesas;
c) Seis partitas publicadas entre 1726 e 1731 formando a primeira parte da Clavier-Ubung.
A segunda parte da coletânea também inclui uma longa partita em Si menor, intitulada "Abertura ao estilo francês para cravo com dois teclados".
Variações Goldberg – Uma Ária com trinta variações diferentes publicada em Nuremberg em 1741. Outra forma característica da música de teclado: tema e variações.
Obras para Violino e Violoncelo Solo – Foram seis sonatas e partitas para violino solo (BWV 1001-1006) e seis suítes para violoncelo solo (BWV 1007-1012).
Sonatas para conjunto – Nas formas conjunto ou música de câmara, destacam-se as sonatas para violino e cravo (BWV 1014-1019); a sonata para viola da gamba e cravo (BWV 1027-1029) e a sonata para flauta e cravo (BWV 1030-1035).
Concertos –:
a) Seis concertos (BWV 1046-1051) que compôs em Cöthen e que em 1721 dedicou ao margrave de Brandeburgo (Concertos Brandeburgueses);
b) Dois concertos para violino solo;
c) Um concerto para dois violinos e orquestra;
d) Sete concertos para cravo e orquestra;
e) Três concertos para dois cravos;
f) Dois concertos para três cravos;
g) Um concerto para quatro cravos.
Suítes Orquestrais – Quatro ouvertures ou suítes orquestrais (BWV 1066-1069)
Outras obras –:
a) Die Kunst der Fuge (A arte da Fuga)
b) Musicalisches Opfer (Oferenda Musical) – redigida sobre um tema apresentado a ele por Frederico, o Grande para que fosse exibido o seu talento improvisador, realizando uma fuga a seis vozes.