Oratório
A proibição pela Inquisição da apresentação de Ópera dentro da Igreja deu origem a um gênero vocal-instrumental similar, mas, sem encenação onde a ação era destinada ao narrador, não deixando, todavia, de absorver o seu elemento principal que é a expressividade dramática, ausente, até então, da música sacra.
Esta forma musical,possui, como a ópera, árias, coros, recitativos, mas, é baseada, principalmente, em temas religiosos (fatos bíblicos ou vidas de santos).
Sua origem data do sec. XVI, quando São Filippo Neri encenou pequenas peças sobre episódios bíblicos, para as quais solicitou a colaboração de compositores como Giovanni Animuccia e G. P. da Palestrina. Essas encenações aconteciam na Igreja de Santa Maria in Vallicella - Roma onde São Filippo Neri havia estabelecido uma congregação de sacerdotes seculares, a “Congregazione dell’Oratorio”, fundada por ele. Daí o nome “Oratório” dado à nova forma de composição.
Mesmo antes de Filippo Neri, já se cantavam nas Igrejas os “Laudi spirituali” (vilancicos, paixões e loas do Natal) e nos adros e praças circundantes, os “Mistérios” que eram muito populares.
Em 1600 com “La Rappresentazione di Anima e di Corpi”, Emilio del Cavaliere renovou essa forma musical estabelecendo-se, então, esse novo estilo de “Oratório”. A Cavaliere, sucederam na Itália entre o sec. XVII e o sec. XVIII, compositores como Carissimi, Alessandro Scarlatti, Caldara, Stradella e Vivaldi entre outros.
Na Alemanha, esse estilo foi introduzido por H. Schütz, atingindo o auge de seu esplendor no sec. XVIII com J. S. Bach de quem podemos citar: “Oratório de Natal”, “Oratório da Ascensão”, “Oratório da Páscoa” e as “Paixão Segundo São Mateus” e “Paixão Segundo São João”. Já no sec. XIX, ainda na Alemanha, compositores como Spohr, Schumann com seus “oratórios profanos”, Mendelssohn e Liszt com seus “oratórios sacros” deram continuidade à criação desse gênero musical.
Na Áustria, Joseph Haydn, influenciado diretamente por Haendel, compôs “A Criação” (sacro) e “As Estações” (de inspiração profana).
Na França, compositores como Charpentier (discípulo de Carissimi) depois Gossec, Lessueur, seguidos de Berlioz, Gounod e César Frank distinguiram-se nesse gênero.
Mas, foi na Inglaterra que o “oratório” obteve maior popularidade graças ao gênio criador de G. Haendel que com as suas vinte obras do gênero, foi o responsável pelo momento culminante da história dessa forma musical dramática, dentre as quais estão os seus Oratórios: “La Resurrezione”, “Esther”, “Saul”, “Sansom”, “Israel in Egypt” e, os mais conhecidos “Judas Maccabeus” e o “Messiah”.
Entre fins do sec. XVIII e primeira metade do sec. XIX nenhuma composição desse gênero mereceu destaque artístico, vindo a renascer pelos esforços de compositores como Parry, Stanford, Mackenzie e Elgar, entre final do sec. XIX e início do sec. XX. E em 1937, Carl Orff, inspirado em poemas medievais, compôs a obra-prima “Carmina Burana”, um oratório profano.
(colaboração de Cel Costa Pinto)
Esta forma musical,possui, como a ópera, árias, coros, recitativos, mas, é baseada, principalmente, em temas religiosos (fatos bíblicos ou vidas de santos).
Sua origem data do sec. XVI, quando São Filippo Neri encenou pequenas peças sobre episódios bíblicos, para as quais solicitou a colaboração de compositores como Giovanni Animuccia e G. P. da Palestrina. Essas encenações aconteciam na Igreja de Santa Maria in Vallicella - Roma onde São Filippo Neri havia estabelecido uma congregação de sacerdotes seculares, a “Congregazione dell’Oratorio”, fundada por ele. Daí o nome “Oratório” dado à nova forma de composição.
Mesmo antes de Filippo Neri, já se cantavam nas Igrejas os “Laudi spirituali” (vilancicos, paixões e loas do Natal) e nos adros e praças circundantes, os “Mistérios” que eram muito populares.
Em 1600 com “La Rappresentazione di Anima e di Corpi”, Emilio del Cavaliere renovou essa forma musical estabelecendo-se, então, esse novo estilo de “Oratório”. A Cavaliere, sucederam na Itália entre o sec. XVII e o sec. XVIII, compositores como Carissimi, Alessandro Scarlatti, Caldara, Stradella e Vivaldi entre outros.
Na Alemanha, esse estilo foi introduzido por H. Schütz, atingindo o auge de seu esplendor no sec. XVIII com J. S. Bach de quem podemos citar: “Oratório de Natal”, “Oratório da Ascensão”, “Oratório da Páscoa” e as “Paixão Segundo São Mateus” e “Paixão Segundo São João”. Já no sec. XIX, ainda na Alemanha, compositores como Spohr, Schumann com seus “oratórios profanos”, Mendelssohn e Liszt com seus “oratórios sacros” deram continuidade à criação desse gênero musical.
Na Áustria, Joseph Haydn, influenciado diretamente por Haendel, compôs “A Criação” (sacro) e “As Estações” (de inspiração profana).
Na França, compositores como Charpentier (discípulo de Carissimi) depois Gossec, Lessueur, seguidos de Berlioz, Gounod e César Frank distinguiram-se nesse gênero.
Mas, foi na Inglaterra que o “oratório” obteve maior popularidade graças ao gênio criador de G. Haendel que com as suas vinte obras do gênero, foi o responsável pelo momento culminante da história dessa forma musical dramática, dentre as quais estão os seus Oratórios: “La Resurrezione”, “Esther”, “Saul”, “Sansom”, “Israel in Egypt” e, os mais conhecidos “Judas Maccabeus” e o “Messiah”.
Entre fins do sec. XVIII e primeira metade do sec. XIX nenhuma composição desse gênero mereceu destaque artístico, vindo a renascer pelos esforços de compositores como Parry, Stanford, Mackenzie e Elgar, entre final do sec. XIX e início do sec. XX. E em 1937, Carl Orff, inspirado em poemas medievais, compôs a obra-prima “Carmina Burana”, um oratório profano.