Cantata
A “Cantata”, de inspiração religiosa ou profana, é um poema lírico cantado (é excluído o elemento dramático ou épico) que começou por alguns recitativos com árias acompanhadas pelo alaúde, harpa ou harpsichord (Cravo – em Português), evoluindo para composições polifônicas a duas, três e quatro vozes, seguindo-se da incorporação de um coro e dos elementos orquestrais da época, objetivando ampliar, desenvolver e aperfeiçoar a obra.
A “Cantata Religiosa” aproximou-se muito do “Oratório” chegando a se confundir com ele, assim como a “Cantata Profana” se confundiu, às vezes, com a “Ópera de Câmara”. Todavia, ela não perdeu suas características originais e, mesmo não renunciando a evolução que, naturalmente, sofrem todas as artes, conseguiu estabelecer-se nos séculos que se seguiram ao seu surgimento.
No início do sec. XVII, os principais impulsionadores da “Cantata” na Itália foram Carissini e Luigi Rossi que muito contribuíram para a sua definitiva formação. Tanto foi o interesse dos mestres pela “Cantata” que, por volta dos meados do sec. XVII, se formaram três grandes escolas para protegê-la: A “Romana”, com Carissimi, Rossi, Marazolli, Stradella, etc.; a “Veneziana”, com Cavalli, Cesti, Legrenzi, Fedeli, etc.; e a “Bolonhesa”, com Colonna, Petrobelli, Tosi, Gasparini, etc. No final desse mesmo século surge com pujança e muita inspiração a escola “Napolitana”, com Scarlatti à frente, seguido de Pergolesi, Lotti, Caldara, Vivaldi, Albinoni, Porpora, e outros.
As Cantatas Profanas na França e na Inglaterra foram, principalmente, um gênero do século XVIII, rivalizando o tipo italiano.
Na Alemanha, muitos compositores emprestaram seus talentos ao serviço da “Cantata”: Reinhard, Greber, Buxtehude, Telemann, C. F. Bach, Händel, Haydn, mas, foi J. S. Bach quem compôs mais de trezentas “cantatas” para vozes, coros e orquestra, na sua maioria destinada aos serviços dos domingos e dias santos da Igreja onde, por trinta e sete anos foi mestre capela: a Igreja de St. Thomas em Leipzig.
Pode-se afirmar que a “Cantata” foi, entre as formas de arte, a que mais se generalizou.