Música Barroca - Áustria
O barroco encontrou, no tocante à arquitetura e à música, a sua expressão mais pura na Itália. Este país se tornou o modelo de todas as outras nações. No espaço de uma ou duas gerações, os franco-flamengos, que eram os mestres no domínio da música, foram destronados pelos italianos. Estes eram, então, convidados por toda parte para atuarem como mestres de capela, solistas e compositores. Nas cortes alemães do século XVII, havia uma predominância de músicos italianos, que faziam reservas ao estilo francês . A música instrumental italiana era dominada pela sonata e pelo concerto.
Nos outros países, na época, fora a França e Itália, era o gosto do príncipe que decidia qual seria o tipo de música que se daria preferência. Na corte vienense dominavam, naturalmente, os italianos. Leopoldo I, o mais barroco dos imperadores austríacos acabou por transformar Viena num centro musical de primeira categoria . Leopoldo I foi um apaixonado por música, escreveu missas, oratórios, danças, canções alemães e muitos interlúdios para composições de autoria dos músicos da corte.
Claro que a música italiana em Viena não poderia conservar-se em toda sua pureza. Ali se fundiam os mais variados estilos artísticos.
Viena era um território neutro. Nela, podia-se ouvir músicos flamengos, italianos, ingleses e franceses. Ao lado da música Italiana e francesa, tocava-se, também, a música folclórica húngara, boêmia e austríaca, embora, seus estilos acabassem influenciando-se mutuamente. Chegou-se, então, já no final do século XVII, a um estilo tipicamente austríaco, no qual os elementos de todos os outros estilos se somavam à forma italiana. No período de Leopoldo I, os pólos estilísticos da música instrumental eram a suíte francesa e a sonata italiana. A oposição entre estas duas tendências, já que em qualquer outro lugar seria impossível, foi fundida na Áustria, numa fascinante e nova unidade, por geniais compositores .
GEORG MUFFAT - Estudou em Paris com Lully, aperfeiçoou-se na Itália e voltou para Viena como compositor da corte do arcebispo.
Foi o primeiro a unir, conscientemente, os dois estilos: francês e italiano. Graças ao trabalho pioneiro de Muffat, todos os compositores austríacos passaram a compor suítes e sonatas, tanto no estilo italiano, quanto no francês. Eles cultivavam ambos os estilos.Tomavam-lhes a forma mas, preferiam a temática de inspiração alemã, húngara e boêmia. O vigoroso folclore, tanto da Áustria como da Boêmia e Hungria, desempenhou um papel muito importante . A partir de então, pode-se dizer que a música composta era, incontestavelmente, vienense e austríaca.
JOSEPH FUX - Introduziu novas sonoridades populares . Aos trinta anos, já com formação musical completa, voltou à Viena . Foi nomeado mestre da capela imperial em 1715. Dominava todos os estilos de sua época . Dos italianos aprendeu o estilo instrumental e o estilo dramático da ópera; através de Muffat entrou em contato com o estilo francês de Lully, além de guardar uma especial predileção pelo folclore austríaco.
HENRICH SCHMELZER - exímio violinista, cresceu em acampamentos militares e, provavelmente, neste ambiente começou a aprender violino. Foi admitido como violinista da capela da corte imperial . Suas obras apresentam tamanhas dificuldades técnicas e musicais que, certamente, deveriam ter sido escritas para virtuoses daquela capela.
HEINRICH IGNAZ BIBER - nasceu em 1644 na Boêmia. Sua predileção por elementos e formas da música folclórica parece, igualmente, advinda de Schmelzer. Biber intermediou,junto a Jacob Stainer, cujos instrumentos eram os seus preferidos, conjunto completo de instrumentos de cordas para a orquestra do arcebispo. Tornou-se o segundo mestre de capela, depois de Muffat.
Nasceu em Viena, então, um estilo novo e característico.