Igor Stravinsky

stravinsky Stravinsky é considerado, por muitos, o maior compositor do século 20. Ícone das artes modernas, é possível que só tenha sido igualado por Picasso, cujas inovações precursoras criaram o mesmo impacto e excitação. Stravinsky nasceu na Rússia em 1882 e cresceu em São Petersburgo, onde seu pai era o baixo principal da Ópera Imperial no Teatro Mariinsky. Borodin, Dotoiévski e Rimsky-Korsakov, que viria a se tornar seu tutor e professor, eram amigos da família. A princípio, seu talento não foi muito óbvio, apesar de seu entusiasmo, e ele foi obrigado a estudar direito na Universidade de São Petersburgo, dedicando seu tempo livre à música.
O sucesso veio em 1910, com a encomenda do ballet "Pássaro de Fogo", feita por Diaghilev, diretor do Ballet Russo. Encorajado por ele, Stravinsky começou a explorar sua “veia russa", compondo balés como "A Sagração da Primavera". Stravinsky juntou-se à elite artística européia, trabalhando com Picasso, Gide e Cocteau em diversos balés.
Morou na Suíça, depois na França e nunca mais voltaria a viver na Rússia. Em 1930 fugiu da guerra para os Estados Unidos onde residiu até o seu falecimento em Nova Iorque em 1971.
Suas obras estariam divididas em três fases principais: "Russa", "Neoclássica" e "Serial" (ou dodecafônica).
Com Rimsky-Korsakov aprendeu a orquestrar com requinte de cores como caracterizam o ballet "Pássaro de Fogo". Encorajado por Diaghilev a compor num estilo ainda mais russo, começa a incorporar melodias folclóricas, e a inventar novos sons baseados em ritmos instáveis e harmonias novas. O resultado foi um tipo de música inteiramente original, que ia além de uma simples tonalidade e que não podia ser escrita numa forma de compasso constante, como na "Sagração da Primavera". Stravinsky cria a partir daí o "estilo neoclássico", chamado por aqueles que o criticavam, de "classicismo com notas erradas". Stravinsky empreende, então, a sua última metamorfose e junto com Shoenberg adota o método dodecafônico.
Em sua produção musical podemos destacar:
"O Pássaro de Fogo", "Petruska", a "Sagração da Primavera", "O Rouxinol", "História do Soldado" e "Les Noces" como da “fase russa”;
"Pulcinella", "Oedipus Rex" (ópera-oratório) "Apollo", "Orpheus" e "The Rake´s Progress", com árias e recitativos, baseada, livremente, sobre as oito pinturas e gravuras de William Hogarth que Stravinsky tinha visto em maio de 1947 em uma exposição de Chicago, marca o final da fase “neoclássica”;
"Agon", de importante transição da fase “neoclássica” para a “serial”, este balé inspira-se tanto na dança renascentista como em obras de Boulez e Stockhausen, contemporâneos de Stravinsky.
A influência e o impacto sobre outros compositores foram imediatos. Podemos sentir, por exemplo, em "Amériques" de Edgard Varèse, que é repleta de reminiscências de “A Sagração da Primavera". Grande parte da música moderna não poderia ter sido escrita sem as inovações de Stravinsky.