Música na Renascença

Praetorius A partir do século XIV, a revalorização da estética da Antiguidade greco-romana, deu origem ao movimento conhecido como Renascimento. O Movimento Renascentista foi marcado pela evolução das artes, sobretudo da pintura, escultura, arquitetura, literatura e da música, com características e propostas novas. A música desta época se torna uma arte independente e não simplesmente um instrumento auxiliar das cerimônias religiosas. Além da música sacra, desenvolveram-se também, a profana e a arte do canto coral. Durante todo este período da Renascença pode-se notar, apesar de lenta, uma transformação do universo Modal para o Tonal. Uma grande renovação, também, aconteceu no tratamento da voz, na orquestração, no instrumental e na consolidação de gêneros e formas instrumentais. Foram atraídos pelas possibilidades da escrita polifônica, na qual cada voz podia ter sua própria linha melódica. Essa escrita fornecia aos compositores técnicas para efeitos de grande brilho, que eram impossíveis até então. Essa técnica foi criada e desenvolvida por Giovanni Palestrina, na Itália. Na Inglaterra, a música atinge seu apogeu e surgem grandes compositores madrigalistas que musicavam a poesia da época.
Entre suas características podemos notar:
Sob a supervisão da Igreja Católica, os padres compositores, ainda, escreviam música nos modos medievais, mas com muitas modulações, transposições, e até alterações cromáticas.
Na igreja, o Moteto vai se transformar em Cantata - litúrgico protestante, estilo dramático dialogado.
O Madrigal se transforma em uma obra dramático-musical sem teatro onde a ação é cantada. Intercala o solo falado com o recitativo cantado.
Fora da Igreja tem- se a Cantata Profana - para voz e acompanhamento instrumental. Surge a Ária - para voz  e acompanhamento instrumental.
Mais tarde e juntos, o Madrigal com a Cantata Profana e a Ária vão formar a Ópera.
O contraponto atinge um alto grau de complexidade e sofisticação, com combinações de várias vozes.
Surge a notação métrica e vão-se abandonando as teorias de ritmos medievais. É a idéia da fórmula de compasso.
As figuras musicais (notas) tornam-se brancas para as mais longas e pretas para as mais curtas.
Missas, hinos, motetos e outros cantos eram compostos para os ritos da Igreja. Aparecem dois tipos de Missa: "Missa Paródia", onde o compositor usava alguma melodia preexistente, e a "Missa Paráfrase", onde um canto gregoriano muito modificado era ouvido.
Os luteranos, já no final do século XVI, criam para seu culto uma música simples para que todos pudessem cantar, ao contrário da prática católica que era mais elaborada e esta música recebe o nome de Coral. As melodias tinham origem em temas folclóricos e cânticos religiosos adaptados.
Os italianos criam suas Canzone per sonare (canção para tocar) vindo a se transformar em Sonata (Itália), Ordre (França) e Partita (Alemanha).
Surgem a Cantata, que é para ser cantada e a Sonata de Câmara que é reservada para as Suítes escritas para instrumentos de arco. Logo, a Sonata vira uma forma, um estilo de composição.
A música da Renascença só foi sendo descoberta e divulgada em meados do século 19 através de estudos, edições, execuções e até gravações. Sua herança musical consiste nas técnicas do contraponto e dos princípios do tonalismo.
Compositores renascentistas:
Johann Walther (1496-1570) - Música para órgão e música instrumental alemã. Escreveu o mais antigo livro de Canções protestantes editado em 1542 com o título “Geystlich Gesank-Buchleyn"
Palestrina (1526-1594) - Missas (coro a capella)
Orlando di Lasso (1530-1594) -
Caccini (1550-1618) - Escreveu Árias e Cantatas. Pertence à Camerata Florentina, onde músicos, poetas e eruditos discutem o Humanismo.
Orazio Vecchi (1550-1612) - Música religiosa. Pertence também à Camerata Florentina.
Giovani Gabrieli (1557-1612) - Música religiosa. Escreveu para coro de até 22 vozes.
Montiverdi (1567-1643) - Ópera, Balé, e Oratório profano. Criou o Drama Musical. Também considerado o primeiro músico Barroco.
Frescobaldi (1583-1643) - Música para Órgão e Cravo.
Schutz (1585-1672) - Música sacra alemã. Considerado o pai da música alemã 100 anos antes de Bach.