Música Medieval

musicamedieval Na história da música ocidental européia, Música Medieval é o termo dado à música típica do período que vai do fim do império romano à, aproximadamente, metade do século XV (para fins de estudos musicais, considerando-se o ano de 1401 como o início do século XV).
O canto cristão havia se propagado do Oriente para o Ocidente e estava totalmente submisso à disciplina eclesiástica. Da Igreja do Oriente vem uma notação musical escrita com Neumas, que eram símbolos egípcios, gregos e armênios. Essa notação não era exata em relação à altura e duração das notas.
O papa Gregório Magno (540-604) foi a autoridade máxima, em sua vigência, do canto eclesiástico. Em Roma, ele fundou a Schola Cantorum e reformou a Música Sacra. Ele juntou o Antifonário (Canto Antifonal tem sua origem nos cantos Hebreus) com os Cantos Ambrosianos (cantos litúrgicos criados anteriormente pelo papa Ambrósio baseados em 4 modos gregos: ré - mi - fá - sol, modo esse chamado de Authentos) e, daí, surgiram os Cantos Gregorianos . Ao contrário do Canto Ambrosiano que continha uma variedade de ritmos, no Canto Gregoriano, o ritmo acaba se diluindo, se fundindo à palavra e as notas, então, passam a ter uma duração absolutamente igual. No Ocidente, o Canto Gregoriano passa a ser escrito com a Notação Neumática (com os Neumas). É interessante, também, notar que, já no século IX, existiram 5 escolas de Canto Litúrgico:
Bizantina - dominava o Oriente
Ambrosiana - italiana (ou Milanesa)
Galicana - francesa
Visigótica – espanhola / Mozárabe (rito praticado pelos cristãos espanhóis sob domínio árabe).
Gregoriana ou Romana - dominava o Ocidente.

Para distinguir a altura das notas, os teóricos começaram a usar linhas, e os Neumas acima das linhas eram notas mais altas e abaixo eram notas mais baixas, começando a surgir daí uma pauta com linhas. Guido d’ Arezzo, (século X), monge, teórico e pedagogo musical italiano, considerado o pai da música na Idade Média, coloca no início das linhas as letras F e C, o que significa que os Neumas desenhados ali são fá (F) e dó (C). Introduz uma terceira e quarta linha, chamando esta pauta de Tetagrama.
Música Medieval - Evolução :
     A MÚSICA MODAL - o fundamento da música modal é a composição melódica, seja uma monodia (melodia de uma só voz, em uníssono, sem harmonização) ou em uma polifonia (mais de uma melodia, simultâneas). As Himnodias (arte de criar hinos- himnodia - eram cantados com uma única linha melódica, sem acompanhamento) e as salmodias - forma mais antiga do canto cristão - um canto monótono e silábico que se recitava sobre uma mesma nota.

     O Canto Gregoriano (monodia gregoriana, para a prática litúrgica romana no século VI) 
     Organuns - nome derivado do instrumento - era uma canto sacro onde todos cantavam a mesma nota. Um cantor fica com a melodia principal e o outro faz um acompanhamento com intervalos de terças ou quintas. Este, foi cedendo espaço ao organum polifônico, no qual as vozes não são mais paralelas e sim independentes umas das outras, e começa-se a praticar uma polifonia primitiva, chamada de Discantus - coro sacro com várias vozes.
     Na França, surgem as composições polifônicas da Escola de Notre-Dame (uma notação musical evoluída, em que não só as notas vêm grafadas, mas também os ritmos, com a duração em que cada nota deve soar).
     Ars Antiqua (século XI) - canto sacro Monódico - Desenvolveu-se entre 1240 e 1325 até o fim da Idade Média –
     O conductus, o moteto (feito para coro à capela, é a imitação sem acompanhamento instrumental). O Moteto é o pai do Madrigal da Renascença. 
     Ars Nova - o organum e o conductus desaparecem - é o anuncio da Polifonia. A arte dos cantores ainda é monódica e individua, mas, aos poucos, vão surgindo os poetas músicos. Ministrilles - músicos plebeus da França e os Meistersinger - mestres cantores da Alemanha , substituindo os Minnesinger, os cantores do amor. Ainda neste século (XIV ) começa a ser usada a Polifonia propriamente dita.
A notação musical se vê diante de uma novidade em consequência da Polifonia. Ao contrário da notação do Canto Gregoriano, onde o canto é em uníssono e as notas têm a mesma duração, o renascimento do ritmo gerou a necessidade de medir, mensurar a duração das notas na partitura. Daí o termo Ars Mensurabilis.
Como na escrita da música, ainda, se usa a Notação Quadrada (as notas são escritas com quadrados e pontos) de Punctus contra Punctum (ponto contra ponto, várias vozes combinadas entre sí) surge o Contraponto, a imitação entre as vozes e também a Fuga. Nasce o Cânon, um estilo de composição que usa a imitação. Pode ser finito ou infinito. Na França, o "Baile Cômico do Reinado", com balé, já antecede a Ópera.