O Maestro e o Palavrão

Aconteceu em 1954, num concerto com obras e regência de Assis Republicano (1897-1960). Série oficial. Nos ensaios, o pratista (músico que toca pratos na percussão que se localiza no fundo da orquestra) não conseguia acertar. Tinha que contar tantos compassos e esperar pra dar só aquela pancada...
Nervoso, o Maestro pára o ensaio e recomenda:
- Olha aqui, meu filho. Não precisa você contar não! Quando eu der um
sinal assim pra você (faz o gesto com o braço direito apontando para
ele) aí você, com toda força, bate os pratos. Combinado?
- Combinado, Maestro.
- Senhores, da capo.

O ensaio geral correu às mil maravilhas. Gesto firme do Maestro. Efeito de pratos correto.
Dia do Concerto. Sexta-feira. O Salão Leopoldo Miguez estava lotado.
Durante o intervalo, para melhor acomodação, um dos flautistas puxou a
cadeira um pouco para a direita, ficando quase na direção da percussão.

Os acordes iniciais da segunda parte do programa foram vibrantes.
Aproxima-se a hora de um solo de flauta. O Maestro se prepara. Dá o
sinal. Armado com os pratos, o desastrado músico, achando que era sua
vez... ataca: PXXXXX...

Todo o Rio de Janeiro ouviu o grito de desespero do Maestro:
- AGORA NÃO, FILHO DE UMA PUTA!...

( enviada por Edson Frederico )